Fávaro anuncia ida à CPI do MST nesta quinta-feira

Ministro da Agricultura deve falar de uso de dinheiro público em invasões de terras

16/08/2023 às 17:10 atualizado por Elaine Silva - SBA | Siga-nos no Google News
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Está confirmada para esta quinta-feira (17) a presença do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, na CPI do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), a partir das 9h (horário de Brasília). 

Nesta quarta, a assessoria do Ministério da Agricultura informou à presidência da CPI que o ministro não participaria da audiência por "extensa agenda". “Levamos a vosso conhecimento que, em razão da extensa agenda ministerial, não será possível o comparecimento na audiência em tela. Contamos com vossa compreensão e enviamos cordiais cumprimentos”, dizia o comunicado. 

A confirmação da ida de Fávaro à CPI surgiu após membros da comissão conhecerem áreas de acampamento de trabalhadores sem terra, em Alagoas, e da revelação de estratégias de invasão de propriedades particulares. 

A CPI afirma que existem contratos, notas fiscais e até pareceres jurídicos comprovando que o governo alagoano pagou ônibus, lonas e cestas básicas para subsidiar protestos.

Os documentos mostram a relação dos movimentos com o estado entre 2017 e 2020. A maior parte é de 2018. Uma das notas fiscais, no valor de R$ 2.799 mil, comprova o aluguel de dois ônibus para transportar famílias que estavam participando de manifestações na Praça Sinimbu, em Maceió, em abril de 2018. O dinheiro foi liberado pelo Iterra, para movimentos que invadiram o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

A comitiva foi composta pelo presidente do colegiado, tenente-coronel Luciano Zucco (Republicanos-RS) e os deputados delegado Fábio Costa (PP-AL) e Ricardo Salles (PL-SP).

CPI ouve Stedile

Nesta terça-feira, a comissão ouviu o líder do movimento, João Pedro Stedile. Stedile argumentou que o MST adota uma série de medidas para coibir irregularidades. A principal delas seria a liderança colegiada, para evitar atitudes abusivas de dirigentes. Ainda assim, afirmou que, como em qualquer movimento, pode haver pessoas que ingressam nos acampamentos para “tirar vantagem”.

Salles acusou o MST de uma série de irregularidades. De acordo com o deputado, testemunhos e documentos apresentados à CPI mostram abusos contra assentados e privilégios de dirigentes. Além disso, o relator acusou o MST de se apropriar de recursos públicos. "As narrativas trazidas aqui indicaram nominalmente, factualmente, desvios de conduta não desprezíveis", ressaltou.

Ricardo Salles citou três casos de violência que teriam sido relatados por ex-integrantes do MST à CPI. Segundo afirmou, houve um episódio em Goiás em que um integrante do MST teve o dedo amputado ao ser expulso de um assentamento. Na Bahia, um militante teria sido retirado a chutes de dentro de sua área. Além disso, teria ocorrido mais uma situação semelhante no Distrito Federal, de integrante expulso do assentamento com violência.

 

 

Com informações da assessoria e Agência Câmara
Foto: Arquivo do Canal do Boi 


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